quarta-feira, 30 de julho de 2014

Produção textual de historiografia



 





Curso: Licenciatura em História
Disciplina: Historiografia Brasileira e Baiana          
Professora Formadora: Solange Dias S. Alves
TP Adaury marques      TD Verena Pitanga  Semestre 04
Aluno: Alan machado Borges, Viviane Jesus Silva, Matusalene da S. Pereira, Angela Ferreira dos Santos e Fabio Santos Almeida
Polo:    Santo Estevão Grupo: G27 Data: 07/05/2013
Atividade: Trabalho escrito referente ao seminário.

                                OS PRIMEIROS CRONISTAS

O presente trabalho acadêmico vem tratar dos primeiros cronistas da historiografia do Brasil: Jean de Lery, Fernão Cardim, Gabriel Soares de Sousa, Pero de Magalhães Gadavo, Ambrosio Fernandes Brandão, Hans Stad, André João Antonil e Luis dos Santos Vilhena. Onde narraremos um pouco da bibliografia de cada um deles e suas vivências de quando aqui estiveram.
Jean de Lery nasceu em 1536, foi um pastor, missionário e escritor, membro da igreja reformada de Genebra durante a fase inicial da reforma calvinista. Era um jovem sapateiro e seminarista quando em 1556 tomou a decisão de acompanhar um grupo de ministros e artesãos protestantes em uma viagem à França Antártica, uma colônia francesa estabelecida na Bahia de Guanabara atual cidade do Rio de Janeiro.
Em seu texto a viagem à Terra do Brasil ele descreve os indígenas como selvagens e que tinha uma organização social incrível, viviam em paz uns com os outros, somente com as tribos aliadas com os inimigos.
Tinha um olhar crítico e em algumas passagens ele elogia as técnicas indígenas e crítica os europeus negativamente. Viveu entre os tupinambás por três semanas e foi bem tratado pelos indígenas, veio a falecer na Suíça em 1613 em Berna, trabalhando como pastor.
Fernão Cardim era um missionário português, nascido em Viana do Alentejo, um dos primeiros a descrever os habitantes e os costumes do Brasil. Desde criança na Companhia de Jesus, viajou para o Brasil em 1583 com o visitador Cristóvão de Gouveia e o governador Manuel Teles Barreto, viajou desde Pernambuco até o Rio de Janeiro.
Sua obra é tratada, o primeiro trata do clima e da terra do Brasil e o segundo das origens e costumes dos indígenas; foram publicados juntamente com suas narrativas epistolares, na Inglaterra, como Tratados da terra e da gente do Brasil (1925), compilados com anotações de Capistrano de Abreu. Criticou a opulência dos senhores de engenho e desrespeito dos colonos e suas maldades contra os indígenas, morreu em Salvador, na Bahia.
Gabriel Soares de Sousa chegado ao Brasil na década de 1560 foi um agricultor e comerciante português. Em sua principal obra, Notícia do Brasil ou Tratado descritivo do Brasil (1587), vê o extermínio indígena como consequência natural da colonização; como resultado da não aceitação da escravidão por parte destes De origem portuguesa, foi senhor de engenho na Bahia, onde viveu por volta de vinte e quatro anos. Morreu numa entrada que fez ao sertão das Minas Gerais.
Em “Tratado Descritivo do Brasil”, de 1587, apresentou um roteiro geral da costa brasileira, do Amazonas ao rio da Prata, retratando a geografia, a flora, a fauna, as povoações coloniais e as populações indígenas. Exaltou as qualidades positivas da colônia e defendeu um maior empenho das autoridades metropolitanas com a colonização do Brasil, em razão das perspectivas positivas que a exploração daquelas terras apresentava.   Similarmente a Gandavo, Souza tem grande preocupação em destacar a riqueza de colonos que viviam ‘nobremente’. Sua obra contém dados geográficos, botânicos e etnográficos, sendo publicada apenas no século XIX (1879) por Varnhagen.
Pero de Magalhães Gâdavo. Português residiu algum tempo no Brasil, porém não se sabe quanto e nem se visitou pessoalmente toda a colônia, como seus dois livros pressupõem. Acredita-se, dado o maior detalhamento das capitanias da Bahia, Ilhéus e São Vicente, que realmente as conheceu. Seu primeiro texto, História da província de Santa Cruz, foi editado em 1576, e Tratado da Terra do Brasil, apenas no século XIX.
Seus escritos são conhecidos como as mais importantes crônicas da colonização portuguesa da América.Gandavo escreveu que seu objetivo era difundir em Portugal informações sobre as riquezas naturais e as vantagens da colonização do Brasil procurando, dessa forma, animar aqueles que podiam imigrar.
 Buscou propagar um modelo de colonização prudente, único capaz de possibilitar o sucesso menos efêmero da fixação portuguesa na terra “A História da Província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil” – 15761ª obra publicada em língua portuguesa sobre o Brasil inaugura a historiografia brasileira; Nela Gandavo descreve engenhos, vilas e aldeias indígenas, como também a fauna e flora; Relata as incursões pelo interior em busca de ouro. Depois da 1ª edição (1576) a obra saiu de circulação, devido a política portuguesa de ocultar noticias sobre as terras descobertas; Reeditado em 1837 e 1858.Para Sheila Hue, suas obras foram escritas para o povo;Já para Guilherme Amaral Luz não se pode fazer tal afirmação;Visão apurada e astuta sobre as coisas de seu tempo.
Na dedicatória do livro já se percebe as intenções políticas de Gandavo: legitimar a ação portuguesa violenta de dominação e conquista. A “ética missionária explícita em seus escritos” era comum nos discursos das autoridades leigas ou eclesiásticas; Gandavo se vale de estratégias discursivas utilizadas nas cartas escritas pelos jesuítas.
A colonização era vista por ambos como uma batalha espiritual contra o demônio que rondava as populações indígenas. A perspectiva ética de Gandavo e dos jesuítas visavam subordinar os interesses econômicos à missão evangelizadora. Outras semelhanças: caráter providencial dos descobrimentos portugueses, que figuravam como vontade divina; a valorização da ação missionária jesuítica; reconhecimento da humanidade dos índios.
Comparando-o a Gabriel Soares de Souza, percebe-se que apesar de ambos convergirem em alguns aspectos, no fundo esses autores divergem quanto ao sentido atribuído à colonização. Para Souza “a tarefa religiosa do Estado português na colonização teria um caráter militarista voltado contra a ameaça protestante de tomar posse das riquezas do Brasil”.
Já para Gandavo esse caráter militar era secundário, pois o essencial seria a conversão das populações indígenas. Outra diferença seria o tratamento dado a descrição da natureza: o objetivo da escrita de Souza, sem apelos humanistas nem contemplações, é porque pretendia mostrar a utilidade que esta poderia propiciar ao colono em sua  fixação à terra.Para finalizar podemos afirmar que Gandavo deve ser visto como representante do humanismo português, guiado teoricamente pela matriz teológica inaciana (aristotélica-tomista).
 Sua obra principal: A História da Província de Santa Cruz deve ser vista como a utopia cristã a ser realizada pelos portugueses, desde que esses não sejam desviados pela tentação de tomá-la apenas como a “terra do pau-brasil”. Semelhanças com Gabriel Soares de Sousa: Caráter providencial dos descobrimentos portugueses (vontade divina); Valorização da ação missionária jesuítica; Reconhecimento da humanidade dos índios.
Ambrósio Fernandes Brandão. Cristão-novo é o único cronista a tratar, em sua obra Diálogos das grandezas do Brasil (1618), a importância da atividade comercial na colônia.
Hans Staden. Natural de Hesse, Prússia, era um aventureiro. Frente ao insucesso de sua tentativa de embarcar para a Índia, vem para o Brasil em meados do século XVI. Durante pelo menos nove meses, teve contato e conviveu diretamente com índios tupinambás, no litoral de São Paulo.
André João Antonil. Jesuíta italiano. Em “Cultura e opulência do Brasil” de 1711 Narra em detalhes a sociedade açucareira do nordeste, além de descrever o cultivo do fumo, a atividade pastoril e a exploração mineradora.
Luis dos Santos Vilhena. Viveu em Salvador a partir de 1787 quando veio lecionar Grego e Latim, permanecendo até 1799; “Recopilação de notícias soteropolitanas e brasílicas” (1802); Foram editadas posteriormente em 1922 (em dois volumes) – “Cartas de Vilhena”. Em 1969 como o nome “A Bahia no século XVIII” em três volumes; Vilhena foi bastante amplo em suas apreciações sobre a colônia; Tendo escrito até sobre  nações indígenas descobertas pelo Rio Amazonas.
   Descreve em detalhes a cidade de Salvador, além de relatar características sociais, geográficas e econômicas de outras regiões da Bahia e de outras províncias.   O que o diferencia Vilhena dos outros cronistas é a sua crítica quando se dispõe a analisar os costumes da sociedade da época; Por revelar elementos importantes dessa sociedade, incluindo-se não somente as classes privilegiadas como também as menos favorecidas.
Como visto acima sintetizamos e descrevemos um pouco da vida e obra de cada um desses cronistas e destacamos suas particularidades e sua importância para a historiografia brasileira.




                               


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