Curso: Licenciatura em
História
Disciplina:
Historiografia Brasileira e Baiana
Professora Formadora:
Solange Dias S. Alves
TP Adaury marques TD Verena Pitanga Semestre 04
Aluno: Alan machado
Borges, Viviane Jesus Silva, Matusalene da
S. Pereira, Angela Ferreira dos Santos e Fabio Santos Almeida
Polo: Santo Estevão Grupo: G27 Data: 07/05/2013
Atividade: Trabalho
escrito referente ao seminário.
OS PRIMEIROS
CRONISTAS
O
presente trabalho acadêmico vem tratar dos primeiros cronistas da
historiografia do Brasil: Jean de Lery, Fernão Cardim, Gabriel Soares de Sousa,
Pero de Magalhães Gadavo, Ambrosio Fernandes Brandão, Hans Stad, André João
Antonil e Luis dos Santos Vilhena. Onde narraremos um pouco da bibliografia de
cada um deles e suas vivências de quando aqui estiveram.
Jean
de Lery nasceu em 1536, foi um pastor, missionário e
escritor, membro da igreja reformada de Genebra durante a fase inicial da
reforma calvinista. Era um jovem sapateiro e seminarista quando em 1556 tomou a
decisão de acompanhar um grupo de ministros e artesãos protestantes em uma
viagem à França Antártica, uma colônia francesa estabelecida na Bahia de
Guanabara atual cidade do Rio de Janeiro.
Em
seu texto a viagem à Terra do Brasil ele descreve os indígenas como selvagens e
que tinha uma organização social incrível, viviam em paz uns com os outros,
somente com as tribos aliadas com os inimigos.
Tinha
um olhar crítico e em algumas passagens ele elogia as técnicas indígenas e
crítica os europeus negativamente. Viveu entre os tupinambás por três semanas e
foi bem tratado pelos indígenas, veio a falecer na Suíça em 1613 em Berna,
trabalhando como pastor.
Fernão
Cardim era um missionário português, nascido em Viana do
Alentejo, um dos primeiros a descrever os habitantes e os costumes do Brasil. Desde
criança na Companhia de Jesus, viajou para o Brasil em 1583 com o visitador
Cristóvão de Gouveia e o governador Manuel Teles Barreto, viajou desde
Pernambuco até o Rio de Janeiro.
Sua
obra é tratada, o primeiro trata do clima e da terra do Brasil e o segundo das
origens e costumes dos indígenas; foram publicados juntamente com suas
narrativas epistolares, na Inglaterra, como Tratados da terra e da gente do
Brasil (1925), compilados com anotações de Capistrano de Abreu. Criticou a
opulência dos senhores de engenho e desrespeito dos colonos e suas maldades
contra os indígenas, morreu em Salvador, na Bahia.
Gabriel
Soares de Sousa chegado ao Brasil na década de 1560 foi
um agricultor e comerciante português. Em sua principal obra, Notícia do Brasil
ou Tratado descritivo do Brasil (1587), vê o extermínio indígena como
consequência natural da colonização; como resultado da não aceitação da
escravidão por parte destes De origem portuguesa, foi senhor de engenho na
Bahia, onde viveu por volta de vinte e quatro anos. Morreu numa entrada que fez
ao sertão das Minas Gerais.
Em
“Tratado Descritivo do Brasil”, de 1587, apresentou um roteiro geral da costa brasileira,
do Amazonas ao rio da Prata, retratando a geografia, a flora, a fauna, as
povoações coloniais e as populações indígenas. Exaltou as qualidades positivas
da colônia e defendeu um maior empenho das autoridades metropolitanas com a
colonização do Brasil, em razão das perspectivas positivas que a exploração
daquelas terras apresentava.
Similarmente a Gandavo, Souza tem grande preocupação em destacar a
riqueza de colonos que viviam ‘nobremente’. Sua obra contém dados geográficos,
botânicos e etnográficos, sendo publicada apenas no século XIX (1879) por Varnhagen.
Pero
de Magalhães Gâdavo. Português residiu algum tempo no
Brasil, porém não se sabe quanto e nem se visitou pessoalmente toda a colônia,
como seus dois livros pressupõem. Acredita-se, dado o maior detalhamento das
capitanias da Bahia, Ilhéus e São Vicente, que realmente as conheceu. Seu
primeiro texto, História da província de Santa Cruz, foi editado em 1576, e
Tratado da Terra do Brasil, apenas no século XIX.
Seus
escritos são conhecidos como as mais importantes crônicas da colonização
portuguesa da América.Gandavo escreveu que seu objetivo era difundir em
Portugal informações sobre as riquezas naturais e as vantagens da colonização
do Brasil procurando, dessa forma, animar aqueles que podiam imigrar.
Buscou propagar um modelo de colonização
prudente, único capaz de possibilitar o sucesso menos efêmero da fixação
portuguesa na terra “A História da Província de Santa Cruz a que vulgarmente
chamamos Brasil” – 15761ª obra publicada em língua portuguesa sobre o Brasil
inaugura a historiografia brasileira; Nela Gandavo descreve engenhos, vilas e
aldeias indígenas, como também a fauna e flora; Relata as incursões pelo
interior em busca de ouro. Depois da 1ª edição (1576) a obra saiu de
circulação, devido a política portuguesa de ocultar noticias sobre as terras descobertas;
Reeditado em 1837 e 1858.Para Sheila Hue, suas obras foram escritas para o
povo;Já para Guilherme Amaral Luz não se pode fazer tal afirmação;Visão apurada
e astuta sobre as coisas de seu tempo.
Na
dedicatória do livro já se percebe as intenções políticas de Gandavo: legitimar
a ação portuguesa violenta de dominação e conquista. A “ética missionária
explícita em seus escritos” era comum nos discursos das autoridades leigas ou eclesiásticas;
Gandavo se vale de estratégias discursivas utilizadas nas cartas escritas pelos
jesuítas.
A
colonização era vista por ambos como uma batalha espiritual contra o demônio
que rondava as populações indígenas. A perspectiva ética de Gandavo e dos
jesuítas visavam subordinar os interesses econômicos à missão evangelizadora. Outras
semelhanças: caráter providencial dos descobrimentos portugueses, que figuravam
como vontade divina; a valorização da ação missionária jesuítica;
reconhecimento da humanidade dos índios.
Comparando-o
a Gabriel Soares de Souza, percebe-se que apesar de ambos convergirem em alguns
aspectos, no fundo esses autores divergem quanto ao sentido atribuído à
colonização. Para Souza “a tarefa religiosa do Estado português na colonização
teria um caráter militarista voltado contra a ameaça protestante de tomar posse
das riquezas do Brasil”.
Já
para Gandavo esse caráter militar era secundário, pois o essencial seria a
conversão das populações indígenas. Outra diferença seria o tratamento dado a
descrição da natureza: o objetivo da escrita de Souza, sem apelos humanistas
nem contemplações, é porque pretendia mostrar a utilidade que esta poderia
propiciar ao colono em sua fixação à
terra.Para finalizar podemos afirmar que Gandavo deve ser visto como
representante do humanismo português, guiado teoricamente pela matriz teológica
inaciana (aristotélica-tomista).
Sua obra principal: A História da Província de
Santa Cruz deve ser vista como a utopia cristã a ser realizada pelos
portugueses, desde que esses não sejam desviados pela tentação de tomá-la
apenas como a “terra do pau-brasil”. Semelhanças com Gabriel Soares de Sousa: Caráter
providencial dos descobrimentos portugueses (vontade divina); Valorização da
ação missionária jesuítica; Reconhecimento da humanidade dos índios.
Ambrósio
Fernandes Brandão. Cristão-novo é o único cronista a tratar,
em sua obra Diálogos das grandezas do Brasil (1618), a importância da atividade
comercial na colônia.
Hans
Staden. Natural de Hesse, Prússia, era um aventureiro.
Frente ao insucesso de sua tentativa de embarcar para a Índia, vem para o Brasil
em meados do século XVI. Durante pelo menos nove meses, teve contato e conviveu
diretamente com índios tupinambás, no litoral de São Paulo.
André
João Antonil. Jesuíta italiano. Em “Cultura e
opulência do Brasil” de 1711 Narra em detalhes a sociedade açucareira do
nordeste, além de descrever o cultivo do fumo, a atividade pastoril e a
exploração mineradora.
Luis
dos Santos Vilhena. Viveu em Salvador a partir de 1787
quando veio lecionar Grego e Latim, permanecendo até 1799; “Recopilação de
notícias soteropolitanas e brasílicas” (1802); Foram editadas posteriormente em
1922 (em dois volumes) – “Cartas de Vilhena”. Em 1969 como o nome “A Bahia no
século XVIII” em três volumes; Vilhena foi bastante amplo em suas apreciações
sobre a colônia; Tendo escrito até sobre
nações indígenas descobertas pelo Rio Amazonas.
Descreve em detalhes a cidade de Salvador,
além de relatar características sociais, geográficas e econômicas de outras
regiões da Bahia e de outras províncias.
O que o diferencia Vilhena dos
outros cronistas é a sua crítica quando se dispõe a analisar os costumes da
sociedade da época; Por revelar elementos importantes dessa sociedade,
incluindo-se não somente as classes privilegiadas como também as menos
favorecidas.
Como
visto acima sintetizamos e descrevemos um pouco da vida e obra de cada um
desses cronistas e destacamos suas particularidades e sua importância para a
historiografia brasileira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário